domingo, 8 de maio de 2011

Minha avó

Eu nunca vou me esquecer

Do negro tirando o olho da cana

E o branco arrancando o olho do negro

Do negro tirando o branco da cana

E o branco arrancando o branco do negro

Do negro querendo o olho na cama

E o branco arrancando o sono do negro

Do negro pegando um pouco de cana

E o branco arrancando os dentes do negro

Do negro gemendo moenda de cana

E o branco sorrindo do canto do negro

Do negro pedindo um pouco de chama

E o branco tostando a pele do negro

Da negra e avó deitada na cama

E o branco e avô batendo na negra

Da negra doente saindo pra rua

E o branco e avô saindo pro bar

Da negra e avó caindo na rua

E o branco e avô caindo no bar

Da negra e avó dormindo na rua

E o branco Joaquim dormindo no bar

Da negra e avó despertando na lua

E o bronco Joaquim esperto no bar

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