O impossível coice de um cavalo-marinho
Abriu a ostra onde havia pérola
E se eu não tivesse naufragado
Jamais veria esta cena
E não teria este colar de ilusões
Para aliviar a aspereza destas noites nervosas em que o
poema não vem
Ou rebenta ao mínimo ruído como se fosse solitária
E o que deveria ser tudo metros mais de quinze
No papel é pouco milímetros quase nada
E em mim fica presa uma enorme madrugada
Inefável indizível cá por dentro deformada
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